Como pode um quadro, um retábulo, uma música ou um espectáculo desenvolver o nosso conhecimento?



Admirar obras de arte é uma forma de compreender melhor o que os indivíduos produzem, e a realidade que narram. Segundo Goodman “Dom Quixote, tomado literalmente, não se aplica a ninguém, mas tomado figurativamente, aplica-se a muitos de nós”. Por isso, “ perguntar se uma pessoa é um Dom Quixote (quixotesca) ou um Dom Juan é uma questão tão genuína como perguntar se uma pessoa é paranóide ou esquizofrénica, é mais fácil de decidir”.
A arte opera de forma simbólica, não exacta e alegórica. Para melhor compreender as manifestações humanas, os historiadores e sociólogos preocupam-se pela arte de uma determinada época ou cultura.

Este blogue tem por objectivo dar a entender esta interacção entre a arte e o conhecimento, e de que forma as ostentações humanas repercutem-se ao longo dos anos e séculos.
O ponto de partida deste espaço, são os Séculos XVII e XVIII, nomeadamente pretende-se abordar a vida de uma corte, rodeada de riquezas, luxos, extravagâncias e exibições, e a repercussão estética-ideológica que esta deixou como herança nas gerações vindouras. Pretende-se assim analisar globalmente a antícope deixada por este movimento desde o seu apogeu até as réstias que se podem encontrar deste nos dias de hoje, tentando assim elaborar um paralelismo ideologicamente estético desde que surgiu o movimento social em si, até à nossa actualidade.

LOCAL - PORTUGAL - A Arquitectura do Real Edifício



Ler mais: http://estudogeral.sib.uc.pt:8080/dspace/bitstream/10316/9753/1/APimentel.pdf

LITERATURA - Rapariga com Brinco de Pérola - Tracy Chevalier

Rapariga com Brinco de Pérola de Tracy Chevalier


As pinturas de Vermeer, conhecido pintor da Época de Ouro Holandesa, são conhecidas pelas cores transparentes, pelo cuidado na composição e pelo uso da luz, supondo-se que usava um jogo lentes para observar os objectos. Pintava essencialmente retratos, sendo que um dos mais conhecidos é “Rapariga com Brinco de Pérola”. O que terá dado origem ao quadro e a proveniência da rapariga são questões que permanecem em aberto – pensa-se somente que não terá tido como objectivo ser um quadro vulgar e convencional.

Aproveitando a lacuna histórica em torno do quadro, Tracy Chevalier escreve um romance histórico, adoptando o mesmo nome do quadro. A jovem seria uma criada protestante, cuja família protestante cai na pobreza e na miséria. Griet ter-se-ia visto assim obrigada a servir em casa do pintor católico. Tímida e trabalhadora, mas fascinada pelo ambiente artístico, pelas cores e tintas, pela criatividade, a jovem oscila entre o encanto e sedução de Vermeer e a vida puritana ao lado do filho do homem do talho. Assediada pelo mecenas do patrão, e fugindo das más-disposições da esposa do pintor, Griet vai cumprindo obedientemente as suas tarefas.


Embora muito agradável de ler, penso que as diversas críticas positivas me criaram expectativas demasiado elevadas que acabaram por não ser satisfeitas pelo livro. A história está engraçada mas simples – não incluiria entre as grandes obras, nem entre os melhores romances históricos, como foi tantas vezes referido.
Texto de: Cristina Alves

LITERATURA - Memórial do Convento - José Saramago

Memorial do Convento de José Saramago

É um dos mais populares romances de josé Saramago. Publicado em 1982 a acção decorre no início do século XVIII, mais propriamente durante o reinado de D. João V. Este rei absolutista gozou da enorme quantidade de ouro e diamantes vindo do Brasil e mandou construir um célebre Convento na localidade de Mafra, em resultado de uma promessa que fez para garantir a existência de herdeiro.

http://www.aepoiares.edu.pt/Biblioteca/TrabalhosAlunos/MemorialdoConvento.pdf

ARTE- A Evolução da Paisagem até ao Barroco

ARTE- O Retrato Barroco

REMBRANDT VAN RIJN (1606-1669)




Rembrandt pintou retratos de grupos de pessoas, cujos personagens tinham maior ou menor importância, de acordo com a luz.
Na sua expressão realista, retratava a essência da pessoa, o calor humano, o sofrimento, a dor. Não idealizava.
Pintava os olhos penetrantes e fundos, utilizando os tons de sépia. Colocava primeiro todos os ocres, depois os marrons e os amarelos. Cada aluno só pintava com uma cor, por exemplo, o ocre ou o marrom. Isso determinava aquela luminosidade. No final do trabalho ele integrava as cores e as pinceladas.








Video:
Simon Schama's Power of Art: Rembrandt 1/8
Simon Schama's Power of Art: Rembrandt 2/8
Simon Schama's Power of Art: Rembrandt 3/8
Simon Schama's Power of Art: Rembrandt 4/8
Simon Schama's Power of Art: Rembrandt 5/8
Simon Schama's Power of Art: Rembrandt 6/8
Simon Schama's Power of Art: Rembrandt 7/8
Simon Schama's Power of Art: Rembrandt 8/8

PETER PAUL RUBENS (1577-1640)


Pintava o que era faustoso. Sua pintura era vigorosa, sensual e teatral. Abriu uma oficina de arte com 200 auxiliares. Cada um era encarregado de uma especialidade na pintura, como roupas, jóias, cabelos. Ele fazia o desenho e depois terminava o quadro pintando o rosto e as mãos, dando uma unidade geral à obra. Com isso, ele produziu milhões de obras. Rubens pintava os palácios e as igrejas. Era uma arte que estimulava a pompa e o esplendor dos ambientes barrocos.
Nasceu na Antuérpia, Bélgica, filho da classe média bem situada.
Tinha muita facilidade com os nus. Era especialista em fazer o tom de pele (carnação).







JOHANNES VERMEER van DELT (1632-1675)


Em Delft, na Holanda, nasceu Vermeer.
Atribui-se a sua autoria menos de 35 pinturas, que não puderam ser datadas com segurança até hoje. Essa escassa produção deve-se à meticulosidade e lentidão com que pintava seus quadros que, apesar de bem valorizados, foram insuficientes para quitar suas dívidas e garantir o sustento de seus muitos filhos – mesmo sendo ele que desenvolvia as atividades de comerciante e avaliador de obras de arte, paralelamente ao trabalho de atelier.
A representação da vida doméstica era seu tema básico. As imagens criadas por Vermeer costumam apresentar um momento íntimo de uma ou duas figuras no interior de suas habitações em um momento iluminado do dia.

Sua técnica era de extremo naturalismo nas representações das texturas e do brilho de materiais preciosos, e seus quadros são concebidos numa tonalidade clara e num cromatismo intenso e harmônico.

O resultado desse domínio artístico e intelectual na elaboração de seus quadros é a simplicidade surpreendente na percepção do conjunto. O que há de mais singelo em nosso cotidiano, aos olhos de Vermeer, transforma-se em algo de forte carga espiritual, tanto em suas pinturas de gênero, como em suas poucas obras de paisagem.

Nos dias de Vermeer, os pintores trabalhavam nas guildas (corporações de ofícios). A pintura não era considerada realmente uma arte, mas um artesanto, como a tecelagem. Os pintores vendiam seu trabalho ao aristocrata rico.Vermeer pintou uma série de retratos, freqüentemente caracterizados com efeitos artísticos, tais como a queda da luz em telas finas, na pele macia, ou em um brinco de pérola. A inexistência da devoção a imagens nos cultos protestantes desvinculou a Arte da Igreja. Além disso, a ausência, nas Províncias Unidas, de uma cultura palaciana, propiciou o desenvolvimento de uma arte mais singela e de temáticas do cotidiano da classe média, diferente da monumentalidade e dos temas eruditos (históricos e mitológicos), praticados em países mais ao sul da Europa. O desenvolvimento de um forte comércio interno e internacional e da indústria artesanal enriqueceu a classe média, em especial os comerciantes e industriais. Essa burguesia rica concentrava o poder político e econômico, e determinava o gosto por temáticas artísticas do cotidiano. A opulenta classe média holandesa encomendava quadros para decorar suas casas e o tamanho das pinturas teve que ser adequado à escala dessas habitações – as grandes dimensões, comuns em quadros da corte, ficaram destinadas apenas aos prédios públicos.

textos: lilimachado
video: o retrato no barroco


Livros e Filmes


Filme: Maria Antonietta

Filme:Le Roi Dance

Filme: O poder da arte

Filme: A Rapariga com Brinco de Pérola

Livro: Burguês Fidalgo/Sganarelo Autor: Molière