Como pode um quadro, um retábulo, uma música ou um espectáculo desenvolver o nosso conhecimento?



Admirar obras de arte é uma forma de compreender melhor o que os indivíduos produzem, e a realidade que narram. Segundo Goodman “Dom Quixote, tomado literalmente, não se aplica a ninguém, mas tomado figurativamente, aplica-se a muitos de nós”. Por isso, “ perguntar se uma pessoa é um Dom Quixote (quixotesca) ou um Dom Juan é uma questão tão genuína como perguntar se uma pessoa é paranóide ou esquizofrénica, é mais fácil de decidir”.
A arte opera de forma simbólica, não exacta e alegórica. Para melhor compreender as manifestações humanas, os historiadores e sociólogos preocupam-se pela arte de uma determinada época ou cultura.

Este blogue tem por objectivo dar a entender esta interacção entre a arte e o conhecimento, e de que forma as ostentações humanas repercutem-se ao longo dos anos e séculos.
O ponto de partida deste espaço, são os Séculos XVII e XVIII, nomeadamente pretende-se abordar a vida de uma corte, rodeada de riquezas, luxos, extravagâncias e exibições, e a repercussão estética-ideológica que esta deixou como herança nas gerações vindouras. Pretende-se assim analisar globalmente a antícope deixada por este movimento desde o seu apogeu até as réstias que se podem encontrar deste nos dias de hoje, tentando assim elaborar um paralelismo ideologicamente estético desde que surgiu o movimento social em si, até à nossa actualidade.

ARTE - Moda no Barroco

O Século XVII

No Século XVII a França, influenciará a moda nos demais países da Europa.A figura máxima é a do rei, segundo os princípios absolutistas.

Luí XIV, rei de França, é considerado por muitos autores o inventor do luxo, pois deixou-nos um legado de símbolos de status e sofisticação, durante o seu reinado, nomeadamente:


  • Os perfumes
  • Os diamantes

  • O champagne

  • A gastronomia

  • Os sapatos de salto-alto

  • Os salões de cabeleireiros, assim como dos primeiros criadores da alta-custura



Para Luís XIV ostentar o luxo era uma forma de poder. A França soube utilizar muito bem esse poder de sedução para influenciar outros países. As criações da corte francesa eram desejadas e disseminadas por toda corte Europeia.



A figura do seu primeiro-ministro Jean-Baptiste Colbert foi responsável pela criação de um dos primeiros jornais de moda, o Mercure Galant, que trazia informações das roupas francesas e ainda instituiu o conceito de rotatividade de colecções por estação, que é mantido até hoje.




O vestuário masculino estava assim definido:

  • O Rhinegrave, uma espécie de calção-saia

  • Colete justo

  • Perucas compridas

  • Sapatos com salto pequeno

  • Os justaucorps

O vestuário feminino era composta basicamente por:

  • Vestido com corpete em "V" e saia ampla

  • O manteau

  • Penteado fontange
  • Sapatos altos



Tanto no vestuário feminino como masculino deste período veremos uma utilização excessiva de laços, fitas, amarrações, rendas e babados.


Século XVIII

As novas concepções de pensamento, advindas do Iluminismo, e as correntes artísticas do Barroco e Rococó, marcam fundamentalmente o Século XVIII. O retrato do momento é o de uma aristocracia ociosa, que levava uma vida extremamente luxuosa.
A imagem da rainha Maria Antonieta, da França, é extremamente associada a esse período, devido à sua contribuição para mudanças no comportamento e no estilo da época, com suas extravagâncias. Pode ser considerada a maior mecenas cultural da época.
E é em função dela que surge a primeira figura de um costureiro ou criador.
Rose Bertin era responsável pela criação de seus vestidos e adereços. Há também aqui a imagem muito forte do que viria a ser o cabeleireiro.
De um modo geral copiava-se o que era lançado na Corte de Versalhes:
  • Vestidos amplos, volumosos e pregueados, alguns em forma de saco
  • Corpetes mais folgados
  • As panniers e as farthingales na armação das saias
  • Penteados exuberantes e altíssimos, com enchimentos e elementos decorativos
  • Maquiagem empoada e mosquettes
  • Chápeus enormes e com muitas plumas de animais nobres

O vestuário masculino tinha a seguinte estrutura:

  • Casaco (justaucorps) ajustado na cintura
  • Coletes bordados
  • Calções extremamente justos
  • Lenços originados das golas da chemise, muito volumosos, no pescoço
  • Maquiagem empoada com mosquettes

A história do Traje da idade Média ao Barroco

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Filme: O poder da arte

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Livro: Burguês Fidalgo/Sganarelo Autor: Molière