Como pode um quadro, um retábulo, uma música ou um espectáculo desenvolver o nosso conhecimento?



Admirar obras de arte é uma forma de compreender melhor o que os indivíduos produzem, e a realidade que narram. Segundo Goodman “Dom Quixote, tomado literalmente, não se aplica a ninguém, mas tomado figurativamente, aplica-se a muitos de nós”. Por isso, “ perguntar se uma pessoa é um Dom Quixote (quixotesca) ou um Dom Juan é uma questão tão genuína como perguntar se uma pessoa é paranóide ou esquizofrénica, é mais fácil de decidir”.
A arte opera de forma simbólica, não exacta e alegórica. Para melhor compreender as manifestações humanas, os historiadores e sociólogos preocupam-se pela arte de uma determinada época ou cultura.

Este blogue tem por objectivo dar a entender esta interacção entre a arte e o conhecimento, e de que forma as ostentações humanas repercutem-se ao longo dos anos e séculos.
O ponto de partida deste espaço, são os Séculos XVII e XVIII, nomeadamente pretende-se abordar a vida de uma corte, rodeada de riquezas, luxos, extravagâncias e exibições, e a repercussão estética-ideológica que esta deixou como herança nas gerações vindouras. Pretende-se assim analisar globalmente a antícope deixada por este movimento desde o seu apogeu até as réstias que se podem encontrar deste nos dias de hoje, tentando assim elaborar um paralelismo ideologicamente estético desde que surgiu o movimento social em si, até à nossa actualidade.

ESPAÇO - A Corte do Rei Sol Luís XIV

Após a morte do Rei Luís XIV, Voltaire comentou,"E apesar de tudo o que se escreveu sobre ele, o seu nome nunca será pronunciado sem respeito e sem se evocar toda uma época que perdurará eternamente na memória".

Retirado da obra de Voltaire, Le siécle de Louis XIV, (1751)

Voltaire foi historiógrafo da corte de Luís XV, durante 5 anos estudou a época de Luis XIV. Na sua obra, Le siécle de Louis XIV, podemos ler o quanto exalta o cuidado do Rei Sol pelas artes e pelas Ciências.


A Europa do Rei Sol


http://www.youtube.com/watch?v=ogIvQxAFt18




Rei Sol



François Marie Arouet, o Voltaire(1694 - 1778)



Representou para a palavra escrita o que Leonardo da Vinci significou para a arte e engenharia. Ele tanto escreveu ficção como não-ficção num estilo espirituoso, porém polido, e também foi respeitado como filósofo e cientista, além de ensinar literatura para Frederico, o Grande.

Filósofo iluminista francês nascido em Paris, um dos mais influentes da história e famoso por criticar violentamente a Igreja e a intolerância religiosa, tornando-se o símbolo da liberdade de pensamento.
Filho de abastada família burguesa, estudou leis com os
jesuítas no Colégio Louis-le-Grand em Paris, e tornou-se escritor.

Membro da Société du Temple, de libertinos e livres-pensadores, foi prisioneiro da Bastilha por 11 meses (1717-1718) como responsável por um panfleto satírico, embora alegasse inocência, período onde escreveu a tragédia Oedipe (1718), cujo sucesso o consagrou nos meios intelectuais.
Por desentendimentos com o influente duque de Rohan-Chabot, exilou-se na Inglaterra (1726-1729) e, de volta a França, escreveu o seu mais famoso livro, Lettres philosophiques ou Lettres sur les anglais (1734), um conjunto de "cartas" sobre os ingleses, nas quais fazia espirituosas comparações entre a liberdade inglesa e o atraso da França absolutista, clerical e obsoleta.
Com o livro condenado pelas autoridades, refugiou-se no castelo de Cirey, e aí passou dez anos com sua amante, a marquesa du Châtelet.


Voltou a Paris (1744), foi eleito para a Academia Francesa (1746) e introduzido por Madame de Pompadour na corte.
Recuperado na corte tornou-se historiador real (1750) e esteve a convite na corte de Frederico II, o Grande, da Prússia, na corte de Potsdam (1750-1753), de onde saiu após depois de um atrito com o rei.
Voltando à França fez grandes negócios, inclusive especulações na bolsa, e estabelecido próximo a Genebra (1755), onde posteriormente comprou o castelo e a fazenda de Ferney (1758), onde instalou uma fábrica de tecidos e outra de relógios, e aí ficou até o fim da vida, tornando-se muito rico, inclusive ao morrer, tinha uma renda anual de 350.000 libras.


Iniciou seus escritos anti-religiosos (1762) e retornou de Ferney para Paris como uma celebridade (1778), onde suas idéias tornaram-se influentes para a origem da Revolução Francesa.
Defendeu a burguesia contra a aristocracia feudal e, embora detestasse a Igreja Católica e quaisquer formas de intolerância, não era ateu.
Sua obra literária foi composta essencialmente de peças teatrais como Zaïre (1732) e Alzire (1736), livros de história A Histoire de Charles XII (1731I), Le Siècle de Louis XIV (1751) e Essai sur les moeurs et l'esprit des nations (1756), o dicionário Dictionnaire philosophique(1764) e os romances ou contos filosóficos Zadig (1747), Micromégas (1752) e Candide (1759), considerada sua obra-prima.


Texto retirado: http://www.dec.ufcg.edu.br/

1 comentários:

MADNEIRAS 10 de maio de 2009 às 11:27  

Bom trabalho
A croma e o grafismo remete-nos, quase inconscientemente, para a época dos acontecimentos. Proponho que abram o debate sobre esta matéria levantando questões susceptíveis de discussão pública.
José Alves

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