Resumo da História da Peça de teatro
Esta peça de teatro é uma sátira social mordaz às ambições de grandeza dos novos-ricos que ambicionavam aparentar aquilo que não eram. É composta por cinco actos, o sr.Jordão, encarna o papel de protagonista, faz-se rodear de professores de música, de dança, de filosofia e de esgrima e enamora-se da marquesa Dorimena, que tem um namorado fidalgo mas pobre, Dorante. Esta por sua vez aproveita os devaneios do sr.Jordão para lhe extorquir dinheiro. A sra.Jordão começa a desconfiar e a filha Lucília a desesperar por o pai impedir o seu casamento com Cleonte, que não é fidalgo. Covilhete, criado de Cleonte, com o apoio de Dorante e a colaboração da sra.Jordão, monta um imbróglio, fazendo passar Cleonte pelo Grão-Turco- Mufti- para que se possa casar com Lucília.
Começa a cerimónia turca, um dos intermezzos do IV acto, onde o Sr.Jordão é feito Mamamuchi, um título digno, por entre bailados, cantares e linguajares “à turco”, executados por bailarinos turcos-dervis; é a apoteose da folie. No V acto, dá-se o casamento de Lucília com Cleonte e de Dorante com Dorimena e a história acaba com um banquete e o bailado das Nações. A música e os bailados na forma de intermezzos estão integrados na acção.
Personagens da peça:
Sr.Jordão (pai)
Dorimena (marquesa)
Dorante (fidalgo pobre)
Sra.Jordão (mãe)
Lucília (filha)
Cleonte
Covilhete
Mufti (grão-turco)
Dervis
Bailarinos
A parte musical desta peça de teatro, é da autoria de Jean-Baptiste Lully , violinista e bailarino que foi nomeado compositor de música do rei. Esta peça de teatro enquadra-se no género da comédie-ballet.
Jean-Baptiste Poquelin (1622-1673)
Jean-Baptiste Poquelin (Moliére), foi um dramaturgo, encenador e actor francês muito marcante na corte de Luis XIV, o seu patrono era Philippe I, Duke de Orléans, irmão de Luis XIV. É considerado um dos mestres fundamentais da comédia satírica, pois foi um profundo conhecedor dos defeitos do ser humano, criticava os costumes da época, e exortou o riso do público através dos seus retratos psicológicos dando a conhecer a sociedade da época através das personagens-tipo, criou o lema “ridendo castigat mores”.
A sua escrita revela um estilo expressivo que apresenta as liberdades da linguagem falada popular da época, acentua assim o grotesco, com um humor muito ousado e directo. É possuidor de uma graça espontânea, que vai desde os trocadilhos, aos escândalos, à maledicência em detrimento da oratória e da profundidade.
O controlo entre o público-destinatário e o poder que as suas peças exerciam sobre este, eram contornadas através da comicidade e do humor sagaz implementado pelos movimentos no palco, pelos cenários exuberantes e luxuosos, e pela fusão das diferentes artes (teatro, música, dança), esta panóplia de acontecimentos durante os actos, perturbavam a atenção focalizada do público somente nas críticas, o que fazia com que as peças fossem agradáveis. Este conjunto de elementos artísticos que despoletavam durante a peça de teatro, fazia com que estivessem presentes em palco um conjunto significativo de personagens.
A forma teatral que resultava deste conjunto de elementos, é o que hoje se denomina de teatro dentro do teatro, esta forma de fazer teatro foi criada por Molière, ou seja, os actores representam a peça, como se esta se trata-se de uma preparação prévia para o espectáculo e não como se esta fosse o espectáculo final.
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